Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela ´vende´ de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. ...Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa ´inventou´ um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real. MARTHA MEDEIROS
Algumas vezes já comentei que tenho medo da Martha Medeiros, porque os olhos dela enxergam muito mais longe, na verdade, ele se ouve e se entende, ouve e entende as pessoas, interpreta e expressa isso de maneira clara e única. Nesta frase, ela sintetizou claramente os sentimentos de decepção, como ele surge, porque ele surge e as maneiras que ele vai embora. Acredito que ela entendeu como tudo acontece empiricamente através da vivência participativa e da observação. Não precisamos passar pelas coisas para aprendermos, observando o que acontece ao nosso redor já é uma forma de aprendizagem. Outra forma de aprender é entendendo o comportamento das pessoas no geral, que elas não são perfeitas que erram, e que se erram e tem tal comportamento é porque tiveram uma razão, e esta razão pode estar impressa no conjunto de experiências que ela passou e na sua forma de reagir a estas experiências, tentando sobreviver. Assim fica mais fácil perdoar, diminuindo o sofrimento causado pela decepção. Também fica mais fácil perdoar, quando nos damos conta que nós também erramos. O perdão liberta quem perdoa e quem é perdoado.