segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Aparando

Mais uma vez, chega até mim uma mensagem me respondendo à indagações que levanto, nesse mar de pensamentos que me assolam. Semana passada foi mais uma semana forte para mim, me "atritei" duas vezes no mestrado, não me "atritei" com o meu namorado e ele me comentou algo que me fez pensar...
No mestrado, eu levantei a voz para uma colega que levantou a voz para mim, até aí pareceu natural, mas não na sala, durante uma aula, com a professora que quero prestar doutorado presente. O que me consola é que o modelo de aluno que ela tem (seu primeiro orientando - o Luis) era assim, eu mesma me sentia intimidada por ele e não discutia. As vezes, acho que fiz o que devia, outras acho que poderia ter pegado mais leve, e a conclusão que eu chego, fiz correto na hora, mas nas próximas tenho que me conter.
Agora me vem outra questão...por que não me atrito com meu namorado? Sou super ponderada com ele, não consigo despejar minhas inquietações nele, e isso me frustra um pouco, não sei como resolver isso. Gostaria de me atritar com ele, às vezes é necessário e acho que lapidaria o relacionamento. Conheço muitas pessoas que tem medo dele, por ele ser brabo, isso ajuda um pouco para eu não me atritar com ele, também sou braba (também conheço pessoas que não me falam algumas coisas), então se um dia isso acontecer...não sei o que acontecerá com o relacionamento. Procuro conversar sobre tudo que acho que devo, mas tem vezes que não consigo chegar nem na metade do que eu queria falar.
Será que sou eu que quero sempre mais?

Li o texto pela segunda vez, vi que não concordo com todo ele, também acho que através do amor é que podemos auxiliar alguém a se modificar. E amor é carinho. Sim! Também é firmeza, mas firmeza com carinho e não impondo...criei outras questões...mas isso é assunto para outro post.

Quanto ao texto, deixo para vocês formarem sua própria opinião. Ei-lo:

A T R I T O S


Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?
As pedras na nascente são toscas,
pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.

Passar pela vida sem se permitir
um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.
É começar e terminar a existência
com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.

Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser desbastadas.

Faz parte...
Reveses momentâneos
servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida
como grandes pedras,
cheia de excessos.

Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida,
foram perdendo todos os excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da existência
e importância do outro, e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.


Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós
com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade, a de amar...
Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos
que nos impedem de usá-lo,
de fazê-lo brilhar

Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido,
ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...
os superando.

Ora, esse sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento...
E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final:
ATRITE-SE!


Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.

(Autoria: Roberto Crema)






2 comentários:

  1. Sabe Carol!!

    Eu já fui uma pedra cheia de arestas... Fui arrastada pela correnteza, e hoje um pouco mais polida (nem tanto!) Tento seguir novos caminhos, Sou sempre eu mesma, mas com certeza... Não serei a mesma pra sempre!! Bj! Acho Demais teus textos!

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  2. E acho isso o mais incrível da vida...somos sempre um mistério, porque nunca somos os mesmo, mudamos de um dia para o outro, hoje somos diferentes do que éramos ontem e assim vai...acredito que a única atenção que temos de ter é para seguir sempre no caminho do bem e não deixar que os atritos nos endureçam, nem amoleçam, mas deixem, sim, mais brilhantes!!!
    Coisa boa olhar para atrás e sabermos que sobrevivemos ainda melhores, né?

    Valeu!
    Bj

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