quarta-feira, 31 de março de 2010

Jardim Colorido


Minha vida é repleta de flores. Cada uma com um perfume diferente, um colorido especial e todas elas floresceram em sua época. Impregnaram-me com seu perfume.

A primeira flor que ganhei foi uma rosa vermelha, movida pela paixão, ela só fazia o que a emoção mandava, nunca parava para pensar, não tinha medo de nada ao mesmo tempo que morria de medo de tudo, mas enfrentava porque seguia esse fogo de viver. O perfume que ela deixou em mim foi me mostrar que existia um mundo muito maior do que eu estava acostumada, e que eu era demais para aquele mundinho, que eu merecia um mundão e que esse mundão me merecia.

A segunda flor que brotou no meu jardim foi uma orquídea, rara e exótica como ela só, me mostrou um mundo muito mais profundo, o mundo das idéias e o mundo social, mas não social superficial, o social cult, onde todo mundo tem um olhar mais profundo e vê o que não está explícito, exótico como ela, o qual me apaixonei.

A terceira flor é meiga e alegre, uma margarida, me ensinou um pouco o que é família e amigos que nos amam pelo somos. Essa flor continua sendo a minha pequena, tipo irmã mais nova, que cuido com muito carinho.

A quarta é, na verdade, uma borboleta que passou voando pelo jardim, trazida pelo perfume da orquídea, mas polenizou todo ele, me deixando mais tranquila e relaxada, vendo o copo d'àgua que aguo esse jardim, meio cheio.

E a flor que está brotando nesse momento é uma violeta delicada, que está me mostrando a delicadeza de viver e ensinado a ser mais meiga, a mostrar meus sentimentos, a ser mais leve, a acreditar nas pessoas e no amor.

Claro que existem mais flores, como existem formigas trabalhadoras, como existem lagartas descansadas, como existem besouros barulhentos e abelhas produtivas, mas essas que me referi, eu levarei para sempre o perfume em mim...


"Um amigo me disse que o poeta Mallarmé tinha o sonho de escrever um poema de uma palavra só. Ele buscava uma única palavra que contivesse o mundo. T.S. Eliot no seu poema O Rochedo tem um verso que diz que temos "o conhecimento de palavras e a ignorância da Palavra". A poesia é a busca da Palavra essencial, a mais profunda, aquela a qual nasce o universo. Eu acho que Deus ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma palavra, Jardim seria a palavra que eu diria". (RUBEM ALVES)



2 comentários:

  1. eu sou a pequena?
    se eu não for, me identifiquei DE CARA.
    te amo ;*

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  2. Não sei se eu teria chutado a flor certa, talvez eu tivesse chutado outra que provavelmente também sabes qual é (não é a margarida!). Mas fato é que me identifico com as duas e me sinto muito mais especial por ser a que me disseste que sou no teu jardim. Muito obrigada por me fazeres tanto assim na tua vida, tanto quanto és na minha. Te amo minha mana!

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